A Abolição do Homem

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Este trecho é um excerto de A Abolição do Homem, de C.S. Lewis, no qual ele argumenta contra uma tendência específica na educação moderna que, segundo ele, mina a moralidade tradicional. Lewis critica um livro didático, ao qual se refere como o "Livro Verde", escrito por dois professores anônimos que ele chama de Gaius e Titius. Esses professores, de acordo com Lewis, ensinam implicitamente aos seus alunos que todos os juízos de valor são meras expressões subjetivas de emoções pessoais, reduzindo, em última análise, os princípios morais a simples sentimentos sem qualquer base objetiva. Lewis argumenta que essa abordagem compromete a própria possibilidade de uma vida racional e moral. Ele afirma que o "Livro Verde" falha em distinguir entre boa e má escrita, concentrando-se, em vez disso, em desmantelar as respostas emocionais que a boa literatura geralmente evoca. Com isso, segundo ele, o livro priva os alunos da capacidade de apreciar o valor inerente a certas emoções e experiências, como patriotismo, amor aos animais ou reverência diante da natureza. Lewis defende a realidade objetiva dos valores, argumentando que algumas coisas realmente merecem nossa admiração ou desprezo e que nossas respostas emocionais podem ser informadas e orientadas por uma compreensão adequada desses valores objetivos. Ele conclui que o tipo de educação apresentado no "Livro Verde" levará a um deserto moral e à criação de "homens sem peito" – indivíduos sem a capacidade de virtude genuína e sentimento moral.